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Após três tentativas, o modelo norte-americano enfim bateu o recorde e garantiu o posto de carro mais rápido do mundo.
Ser o carro mais rápido do mundo. Essa era a meta dos executivos da SSC para o Tuatara desde outubro do ano passado, mês da primeira tentativa de bater o recorde mundial, àquela altura pertencente ao Koenigsegg Agera RS – que havia chegado a 447,19 km/h em novembro de 2017.
No final do ano passado, um vídeo da SSC mostrou o Tuatara alcançando 508,73 km/h quando foi dirigido pelo piloto Oliver Webb. As imagens, no entanto, foram amplamente questionadas, o que fez com que a empresa admitisse que a forma pela qual o vídeo foi editado desse margem para sugerir que as imagens contidas nele não fossem reais.
O canal de YouTube Engineering Explained, ao analisar minuciosamente todos os dados fornecidos pela SSC, concluiu que o veículo havia chegado a “somente” 360 km/h. Ou seja, marca muito distante dos 447,19 km/h obtidos pelo carro mais rápido do mundo na época, o Koenigsegg Agera RS.
Outro fato que aumentou as suspeitas de falsidade da velocidade atingida foi que a empresa austríaca Dewetron – anteriormente apontada como validadora do recorde – afirmou que não participou da aferição de velocidade do teste, tendo sido responsável, apenas, por vender equipamentos para que a prova fosse feita.
A SSC, então, decidiu realizar uma nova tentativa. Nos dias 12 e 13 de dezembro de 2020, levou o carro para correr em uma pista localizada na Flórida, e convidou para assistir ao teste trabalhadores da mídia e influenciadores digitais.
Mesmo diante dos diversos chamamentos para comparecer ao evento, apenas um influenciador reconhecido esteve presente: o alemão Robert Mitchell – escritor e cineasta norte-americano.
No primeiro dia destinado aos testes, o Tuatara encontrou no mau tempo um obstáculo para a tão almejada meta de quebrar o recorde mundial. Devido a isso, foi necessário comparecer à pista da Flórida novamente no dia seguinte.
Equipado, em seu interior, com cinco aparelhos de GPS para garantir a assertividade da velocidade que seria atingida pelo carro, o Tuatara enfrentou problemas relacionados a superaquecimento nas passagens.
A fiação dessa considerável quantidade de equipamentos foi responsável por fazer com que o compartimento do motor do Tuatara fosse aberto de forma involuntária, limitando o desempenho do modelo esportivo.
Para piorar a situação, duas velas falharam durante as passagens, o que comprometeu ainda mais a tentativa de bater o recorde de velocidade.
Nesta segunda tentativa, o modelo norte-americano chegou “apenas” à marca de 404 km/h. O curioso é que, ao atingir essa velocidade, o piloto decidiu aliviar o pé do acelerador porque havia percebido que o carro estava se comportando de maneira estranha.
Posteriormente, foi constatado que o motor rodava em somente seis cilindros – e não nos oito que possui. O carro esportivo utiliza o motor V8 biturbo, que possui 1750 cv quando recebe gasolina E85 – cuja composição apresenta 85% de etanol.
Depois dessas duas tentativas frustradas, foi apenas no primeiro mês do ano de 2021 – mais precisamente no dia 17 de janeiro – que a SSC finalmente atingiu o objetivo de fazer com que o Tuatara fosse o carro mais rápido do mundo.
O modelo conquistou a expressiva média de 454,8 km/h. Para chegar a esse número, foram levadas em consideração as duas velocidades atingidas em passagens nas duas direções. O intuito disso foi anular possíveis alterações provocadas pelo vento.
Equipamentos de medição de quatro marcas diferentes – sendo elas Life Racing, Racelogic, IMRA e Garmin – foram colocados no carro com o objetivo de realizar a mais precisa aferição de velocidade possível.
Munido destes aparelhos, o SSC Tuatara atingiu 449 km/h na ida. Na volta, a velocidade foi ainda mais impressionante: 460 km/h. As duas marcas foram alcançadas no Kennedy Space Center, na Flórida.
O responsável por chegar às velocidades de ida e volta que compuseram a média de 454,8 km/h, foi Larry Caplin, proprietário do Tuatara que protagonizou o feito. E ele não detém uma unidade qualquer do modelo, mas sim a primeira fabricada no planeta.
O piloto, na terceira tentativa, percorreu os 4,1 km da pista da Flórida, trajeto substancialmente menor em relação aos 11km da pista de Nevada, utilizada pela SSC anteriormente.
Para atingir a proeza, a estratégia adotada pela SSC e pelo piloto foi a de utilizar os três primeiros quilômetros da pista para alcançar a velocidade máxima. O 1,1 quilômetro restante foi usado para a frenagem.
Foi adotado, também, o estilo “drag race”, ou seja, toda potência disponível no motor foi usada por 40 a 50 segundos, diferentemente do método utilizado na primeira tentativa, ocorrida em outubro de 2020. Nela, houve apenas cerca de 20 a 25 segundos de aceleração total.
A façanha alcançada pelo Tuatara fez o modelo liderar a seleta lista dos dez carros mais rápidos do mundo, além de colocar a SSC na classificação. Antes, nenhum carro da marca sequer compunha esse elenco; agora, detém o recorde mundial de velocidade.
Créditos: Filtros Tecfil
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